Zero Waste - Por onde começar?


Apesar do termo "zero waste" [em português, desperdício zero] estar cada vez mais presente no nosso dia-a-dia, para muitos, ainda é um conceito associado a um estilo de vida complexo e difícil de implementar. Na realidade, não passa de algo tão simples como a aquisição de hábitos mais sustentáveis em prol da nossa saúde e do ambiente. Curiosamente, não deixa de ser uma espécie de regresso a hábitos do passado com as comodidades do presente.

Se quisermos estudar o tema de uma forma aprofundada, vamos encontrar um estilo de vida onde não existe o mais pequeno desperdício de bens ou de materiais e onde as gurus deste movimento o levam tão a sério, ao ponto de conseguirem colocar num pote de vidro o lixo que uma família inteira produz num ano! Se tiverem curiosidade, vão ao google e pesquisem por "Bea Johnson".

No fundo, trata-se de um estilo de vida que nos faz repensar nos nossos hábitos de consumo e no impacto que têm na nossa vida e naquilo que nos rodeia. A partir daí, identificamos os principais problemas e trabalhamos no sentido de simplificar o nosso dia-a-dia, eliminando tudo aquilo que não é necessário, ao mesmo tempo que contribuímos para reduzir a nossa pegada ecológica. O objectivo é muito simples: viver mais e melhor com menos.

Muitos de nós já temos alguns hábitos que se enquadram nesta filosofia mesmo sem o sabermos. A realidade é que, independentemente de nunca termos feito nada a pensar nisso, é muito fácil começar, mesmo não tendo grande informação ou recursos. Deixo-vos alguns exemplos de fácil aplicação no nosso dia-a-dia.


DICAS ZERO WASTE

Imagem retirada do Pinterest

1. Colar um autocolante na caixa do correio para deixar de receber publicidade.
Podem pedir gratuitamente à Direcção Geral do Consumidor através do email autocolantes@dg.consumidor.pt

2. Substituir os guardanapos de papel pelos de pano.

3. Andar sempre com uma garrafa de água reutilizável, descartando as garrafas de plástico.

4. Evitar a utilização do carro para trajectos curtos.

5. Evitar compras por impulso (reflectir sobre o que é realmente necessário e o que é secundário).

6. Substituir os cupões de papel dos supermercados pelas aplicações no telemóvel onde podemos consultá-los em formato digital (já é possível em superfícies como o Continente ou o Minipreço).

7. Aderir às facturas electrónicas.

8. Levar sacos reutilizáveis sempre que vamos às compras.

9. Evitar os sacos de plástico transparentes para transportar os alimentos, substituindo-os por outros reutilizáveis.

10. Beber chá de ervas em vez de saquetas.

11. Recusar as embalagens de take-away, levando caixas de nossa casa.

12. Substituir o gel de banho em embalagem de plástico por sabonete embrulhado em papel (a título de curiosidade, existem várias marcas de gel de banho com micro plásticos na sua composição. Habitualmente, são aquelas com pequenos grãos de efeito esfoliante ou com brilhantes).

13. Comprar manteiga embalada em papel em vez de caixa de plástico.

14. Evitar descartáveis, independentemente do género: talheres, copos, pratos, copos de café, espátulas de plástico para mexer o café, palhinhas...

15. Adquirir alimentos provenientes de produtores locais e nacionais.

16. Evitar adquirir alimentos embalados em plástico, dando preferência a materiais como o papel ou o vidro.

17. Reutilizar os frascos de vidro.

18. Comprar a granel - é muito fácil em mercados locais ou em lojas especializadas neste conceito.

Imagem retirada do Pinterest

Apesar desta lista ser apenas um conjunto de exemplos, acredito que, depois de a terem lido, se identificaram com algo que já fazem ou que têm intenção de começar a fazer. Mas se, por outro lado, isto vos parecer demasiado fácil, podem (e devem) avançar para outras mudanças, como por exemplo:

19. Trocar a película aderente por alternativas reutilizáveis (já existem várias marcas que comercializam películas feitas à base de cera de abelha).

20. Abdicar do café em cápsulas, fazendo a substituição por uma máquina tradicional.

21. Substituir as escovas de dentes de plástico por alternativas em bambu.

22. Substituir os cotonetes por versões biodegradáveis em papel ou bambu.

23. Substituir as esponjas e escovas de plástico existentes em todas as divisões (da loiça, do banho, do cabelo...) por outras produzidas com materiais naturais e biodegradáveis.

24. Procurar alternativas naturais aos tradicionais produtos de higiene, cosméticos e detergentes.

25. Fazer compostagem.


O sucesso para uma vida mais sustentável e ecológica assenta na compreensão das nossas escolhas, na convicção com que as fazemos e, para que sejamos bem sucedidos a longo prazo, devemos implementar pequenas alterações de forma gradual. É igualmente importante acreditar que as nossas mudanças, por mais simbólicas que sejam, contribuem para fazer a diferença, ao mesmo tempo que melhoram a nossa vida e o meio ambiente. Se elas fizerem sentido para nós e se adequarem à nossa realidade, então seremos bem sucedidos.

O melhor conselho que vos posso dar? Esqueçam as mudanças radicais! Estipulem metas realistas e sejam honestos convosco. De forma a contribuirmos para um mundo melhor, não podemos ser poucos a praticar o zero waste de forma perfeita, mas sim sermos muitos a contribuir de forma imperfeita.

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