Desperdício Zero - o primeiro balanço

Em Novembro do ano passado escrevi um post sobre a minha experiência, depois de ter começado a tentar simplificar o dia-a-dia inspirada pelo estilo de vida zero waste ou desperdício zero. Hoje, enquanto reparava nos poucos frascos que tenho actualmente na banheira, reflectia sobre as mudanças que senti desde então.
Fazendo um balanço, posso dizer que tenho sido bem sucedida em grande parte dos objectivos a que me propus. No entanto, e como eu já previa, para que estes novos hábitos se tornem permanentes, as mudanças devem ser introduzidas gradualmente.

Imagem retirada do Pinterest

• Produtos de beleza e higiene pessoal
Não voltei a comprar nenhum verniz nem nenhum tipo de creme ou produto que não fossem os estritamente necessários. Continuo a gastar todas as coisas que tinha acumuladas e guardadas e, actualmente, já não tenho nenhuma amostra ou sabonete de hotel [um grande avanço!]. À medida que o excesso de produtos vai desaparecendo, não têm surgido outros em seu lugar, o que demonstra que estou no caminho certo.
Outra mudança: passei a utilizar exclusivamente sabonete em vez de gel de banho, conseguindo eliminar de vez esta embalagem plástica.

Imagem retirada do Pinterest

• Roupa e calçado
Acreditem ou não, já não me lembro da última vez que entrei numa Zara mas foi certamente há mais de um ano. Se me fez falta? Nenhuma! Ir a superfícies comerciais sem nenhum objectivo deixou de ser há muito um passatempo.
Actualmente, as minhas compras são muito mais ponderadas e feitas de forma consciente. Evito ao máximo as aquisições por impulso e quase tudo o que tenho comprado é em locais de segunda mão, onde encontro peças novas [às vezes ainda com etiqueta] ou como novas. Há feiras, como o LxMarket no LxFactory, onde é possível encontrar peças em óptimo estado e a bons preços.

Imagem retirada do Pinterest

• Evitar plásticos de utilização única
Garrafas e sacos de plástico, loiça descartável ou palhinhas, são alguns exemplos de plásticos de utilização única que devemos evitar a todo o custo. Muitos destes plásticos, como é o caso das palhinhas, não são recicláveis, o que quer dizer que vão ficar demasiados anos (mais de 400!) a poluir o ambiente e a colocar em risco a vida de inúmeras espécies.
Confesso que me interesso cada vez mais pelas questões ambientais e por isso ando sempre com a minha garrafa reutilizável e aboli da minha vida as palhinhas.


• Aceitar coisas de que não preciso
Tal como confessei no post que escrevi no ano passado, o meu "fraquinho" recaía sobre o material de papelaria, especialmente as canetas. Consegui deixar de olhar para os brindes gratuitos como algo atractivo e passei a recusar o que não faz sentido. Regra geral, estas ofertas são de fraca qualidade, pelo que não faz sentido aceitar algo que vai durar tanto tempo como aquele que demorou a ser produzido.
A propósito do trabalho que desenvolvo no movimento ecológico que fundei este ano, consegui ter mais consciência sobre os efeitos nefastos dos brindes de fraca qualidade. No fim-de-semana passado, por exemplo, retirei da areia 57 pontas de chapéus de sol, pertencentes àquela espécie de chapéus que na primeira vez em que são enterrados voltam sem o bico e que duram o equivalente a uma rajada de vento.


Dica: Tenham especial atenção aos brindes que podemos encontrar em locais como os festivais de verão. São uma forma barata de promoção das marcas mas sem nenhum critério do ponto de vista ecológico.

• Descartar produtos de fraca qualidade
Estou muito mais consciente de que, ao adquirir algo, devo certificar-me que é um produto resistente e durável. Claro que é também sinónimo de abrir os cordões à bolsa mas já existem várias marcas que oferecem garantia vitalícia, o que quer dizer que nunca mais vamos ter de comprar outro produto igual a esse. Um exemplo disso é a linha "For Life" da Dr. Martens.


• A conclusão
O desperdício zero abrange diversas áreas que vão desde a alimentação, vestuário ou mesmo a decoração da casa. No meu caso, este estilo de vida é mais uma orientação do que propriamente uma obrigação. Tento retirar daqui soluções que me ajudem a descomplicar o dia-a-dia e a fazer escolhas mais conscientes e sustentáveis.
Não se esqueçam que mais vale demorar algum tempo a implementar pequenas mudanças de forma bem sucedida do que tentar mudar tudo de uma vez e desistir por falta de capacidade para nos adaptarmos a um estilo de vida totalmente novo. Façam experiências e tentem ver o que resulta convosco e o que faz sentido para a vossa família.

SaveSave

Comentários

Mensagens populares